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GP de Ímola: uma visão mais realista!

A prova deste final de semana permitiu-me uma avaliação daquilo que acredito seja mais realista em relação às mudanças provocadas pelo novo regulamento e à distribuição das "forças". Vamos por partes:
1. Pneus: No seco e numa pista rápida a relação durabilidade x performance dos Michelin ainda não é suficiente para bater os Bridgestone.
Como eu colocara aqui antes do GP Brasil, os Bridgestone ainda são mais rápidos nos tiros curtos. Assim, feitas as contas corretamente, a diferença de carregar mais combustível para ficar mais tempo na pista, desta vez, não funcionou para a McLaren. Porém, pode funcionar em Mônaco, Hungria e outras pistas mais travadas e nas quais se perca muito tempo no acesso e na saída dos pits.
2. Michael Schumacher: Deu um show de profissionalismo, abrindo mão de todos os beneplácitos que sua posição poder-lhe-ia permitir, e mostrou uma robustez psicológica impressionante. Uma prova na qual se impôs do princípio ao fim. Poderia até ter assumido maiores riscos para ultrapassar o irmão. Porém, mais uma vez, mostrou que isso seria desnecessário. Não foi uma prova perfeita. Além de ter perdido a primeira posição para o irmão na largada, no final, uma falha de concentração quase coloca tudo a perder. Porém, como já tive uma experiência parecida, quando em 98 eu corri um final de semana no qual meu pai estava falecendo em um hospital, relevo tais falhas, considerando-as mínimas, quando confrontadas com o esforço quase sobre-humano que se faz necessário para manter-se concentrado. Valeram a garra e a demonstração de que para ele a F-1 não é ainda apenas um negócio. Acredito que o comportamento de Schumacher teve e terá um impacto extremamente positivo em toda a estrutura da casa de Maranello. Se em Interlagos parecia que a equipe estava desmotivada, agora, sabe-se que ela estava era abalada pelo sofrimento de seu piloto, responsável pelos momentos mais felizes de todos eles na F-1. Segundo informou o ex-piloto de F-1 Jean Alesi a um site especializado, o drama já se desenrolava há algum tempo e a Sra. Elizabeth já estava sofrendo de "um terrível mal" havia alguns meses. Logo, antes do início da temporada, os irmãos Schumacher já estavam abalados pela angústia. Agora, apesar do triste desfecho, a situação está definida e pela "gana" com que Michael e Ralf guiaram o campeonato parece ter começado, para ambos, neste final de semana. A vantagem de Raikonnen é relevante, porém, ainda não pode ser considerada definitiva...O campeonato ainda não completou 1/3 do seu percurso e tudo ainda é possível. Acredito que Ímola tenha sido a primeira prova da temporada da qual se possa "deduzir" algo mais plausível com a realidade.

3. Rubens Barrichello: Mais uma vez o nome da prova. A ultrapassagem sobre Ralf foi o ponto alto da prova. Preparada duas curvas antes, precisa, perfeita tecnicamente. Porém, quem tem mecânicos como os dele não precisa de adversários. Um fiasco o último "pit" comprometendo o segundo lugar que era "lógico". Mas, se ao final podia imprimir um ritmo tão forte deverá começar as provas num ritmo mais forte e contar com alguma "pisada na bola" daqueles que deveriam estar ali para auxilia-lo. Quando a coisa se refere a precisão seu time entrega o ouro. Nas contas em Interlagos e em diversas situações de "pit-stops" o histórico desse pessoal é sofrível. Mas, uma coisa muito importante me chama a atenção na atual fase de Barrichello: sua capacidade de dosar o equipamento sendo muito rápido. Mesmo na briga com Ralf e na caçada a Raikonnen não cometeu um único deslize. Está guiando muito e deixando clara sua evolução como "homem e desportista". Declarações que não escondem os erros que não podem têm como ser escondidos, porém, sem drama, sem alarde, "sem colocar lenha na fogueira". Seu comportamento atual deve proporcionar-lhe "vida longa" na F-1, quando há dois anos ele quase colocava tudo a perder pela "boca larga". Acredito que se Schumacher vencer o atual campeonato, por uma reação natural, deverá "ir curtir um pouco da grana, viver com a família longe da pressão". Afinal, apesar de tudo que conquistou no esporte e na vida, assim como Senna, deve ter-se apercebido que "semideuses são mortais" e por isso sujeitos às agruras de sua limitação humana. Daí, Barrichello é o sucessor natural. Mas, caso o alemão, ainda em perfeitas condições físicas, motivado, guiando cada vez mais, resolva continuar, Barrichello terá opções para continuar na Ferrari -ainda o melhor conjunto - ou ser chamado para em alguma equipe grande - o caminho natural seria a Williams - abrir combate definitivo. Barrichello seria o número um na lista de desafiantes caso não estivesse na mesma equipe do campeão e somente isso me leva a crer que Raikonnen seja o único em condições de "desafiar em toda plenitude ao campeão".
4. Renault: Fernando Alonso vai se firmando e ocupa uma excelente colocação. Porém, os Renault mostraram que os motores estão em muito à frente dos chassis. Durante todo o final de semana os pilotos da equipe estiverem muito aquém daquilo que deles era esperado. Quaisquer alegações sobre "tanques cheios", "acertando o carro para a prova", etc, não são suficientes para justificar o fraco desempenho.Mas, Alonso veio para ficar! Sua terceira colocação no campeonato não é fruto do acaso e sua constância entre os que marcam pontos uma demonstração de uma combinação importante "entre cérebro e pé direito".
5. Raikonnen: excelente prova para quem tinha um carro que apresentava tamanho consumo de pneus. A única alternativa para a McLaren andar junto com as Ferrari tem sido "parar menos", carregando mais combustível. Mas, nesta prova rápida e seca, a primeira em condições normais da atual temporada, ficou-me claro que a McLaren ainda não reúne condições para "descontar" o tempo perdido por volta para as Ferrari. Tudo o que foi colocado sobre as duas primeiras provas do ano não foi confirmado nas condições de Ímola. Não há dúvida sobre a evolução excepcional dos carros da equipe. Desde o final da temporada passada a McLaren deixava claro que havia reencontrado o caminho. Hoje, Raikonnen tem condições de ficar ali de olho no que acontece pronto para tentar um bote caso haja algum erro dos pilotos ou dos mecânicos da Ferrari. Mas, não vejo como ele possa se manter à frente da Ferrari numa pista que permita ultrapassagens. Somente os fatores sorte, frieza e habilidade de Raikonnen permitiram à McLaren obter um segundo lugar importantíssimo para manter-se na disputa pelo título. Na realidade, a equipe ocupa os dois primeiros lugares na tabela de pontuação. Mas, volto a afirmar, minhas fichas ficam em Raikonnen. Sair de Ímola com 14 pontos de vantagem sobre Schumacher pode dar ainda mais tranqüilidade ao já gélido finlandês. A repetir-se o resultado de hoje, seriam necessárias 7 provas para que Schumacher encostasse em Raikonnen. Uma vantagem nada desprezível e que reitera minha tese que o atual sistema de pontuação tem maior impacto sobre quem não marca pontos numa prova do que sobre quem vence. A pontuação atual do Mundial de Rallye reforça minha opinião.
6. Webber x Pizzonia: a equipe parece que só tem condições de atender a um carro e este seria do australiano. Problemas consecutivos não têm permitido avaliar mais nitidamente o desempenho de Pizzonia. Não é normal que um piloto que era mais rápido nos testes de inverno, de um momento para o outro, tome tanto tempo do companheiro de equipe. Webber tem uma temporada completa de F-1 e leva vantagem por isso, no entanto, não considero a diferença que tem se reiterado algo normal. O problema maior, na minha opinião, é que Pizzonia é do tipo "vaca brava", daí que ao sentir-se pressionado fora do carro incide em muito mais erros dentro dele. Ano passado, na F-3000, andou fazendo "coisas do arco da velha". A "panca" em Haberfeld foi de uma "grosseria" descomunal. Tendo chegado à equipe, credenciado por sua quilometragem como piloto de testes da Williams, vai se desgastando rapidamente. Além de tomar tempo do companheiro que é capaz até de brigar por "poles", prova após prova vai cometendo erros. Se continuar como está vai ficar ruim para ele! É preciso colocar as idéias em ordem, trabalhar muito e começar a ter um desempenho mais relevante.
7. Williams: Ralf até que foi bem! Montoya ia bem até que algum tipo de problema tocou "horror" nos boxes. Entradas consecutivas para corrigir o erro da entrada anterior. Um fiasco do time. Comum até na Williams!Desde os tempos de Mansell! Pode ser que eu esteja enganado, mas, seria capaz de apostar minhas fichas na hipótese de terem trocado o tanque de abastecimento do colombiano pelo de Ralf. Daí, que na primeira parada "imprevista" não havia combustível suficiente para que Montoya fosse até a próxima parada. Ou seja, se tinha combustível ali para sair era muito pouco. Depois, "chama de volta" para colocar o que não foi colocado e assim por diante. Mas, com todos estes problemas, o colombiano ainda não me convence. Ele é um bom piloto? Sim, mas na F-1 todos são. Para chegar lá, mesmo às custas de um caminhão de dinheiro, é preciso ter alguma qualidade. Mas, como tudo é comparativo, ser bom não é o suficiente para permanecer na F-1 e muito menos para se tornar um campeão. É preciso mais! Muito mais! Não tenho como aceitar que o colombiano, sob a máscara, que não lhe cabe, da robustez psicológica relegue a um segundo plano fatores básicos e fundamentais para se tornar campeão e, no caso dele, ao menos um ótimo piloto. Não vou referir, novamente, aos aspectos de "estilo", de eficácia, eficiência e outros que podem até ser discutidos sob a ótica do "gosto", subjetivismo, condições da equipe, etc. Mas, há um ponto indiscutível: o condicionamento físico! Lembram-se de Barrichello quando chegou à F-1? Comparem com o Barrichello de dois anos atrás e com o atual! Lembram dos "franzinos" Senna e Schumacher quando chegaram à F-1? Comparem com o Senna e o Schumacher tricampeões! Comparem com o Senna e o Schumacher em seus segundo e terceiros anos de F-1. Eles ainda não estavam no ápice, porém, ambos já estavam em muito além do estágio atual do colombiano. Este fatos, para mim, representam uma "falta de compromisso" inaceitável para quem pretende ser campeão da categoria. Todos os Fisiologistas e Psicólogos Desportivos são unânimes em atribuir ao condicionamento físico a categoria de pré-requisito para que se alcance as "excelências" - emocional, mental e psicológica - necessárias para obter uma alta performance por longo período e para que haja uma perfeita recuperação entre cada evento. Mais, como diz o "engenheiro" Carrol Smith - cujas obras recomendo a todos os que pretende ter alto desempenho no esporte -: de que adianta um esforço colossal para tirar peso do carro somente para que o piloto possa "carregar em si mesmo gorduras a mais". Tenho absoluta certeza que tal falta de excelência física é em grande parte responsável pelos erros do colombiano, principalmente, do meio para o final das provas. Se ainda persistir alguma dúvida, sob o pretexto de invocar situação semelhante ao tri-campeão Nelson Piquet, aqui vão mais algumas colocações: O próprio Piquet passou a fazer um trabalho mais apurado de condicionamento físico quando ainda estava na Brabham; o próprio Nelson, dentro da programação do seu filho, colocou o condicionamento físico dentro das prioridades, basta olhar o pescoço do moleque e o quanto bem condicionado está! Portanto, se na época do pai até se podia "ir mais leve", ele mesmo sabe que hoje a falta de condicionamento é "erro capital"; Nelson era muito mais capaz que Montoya no que se refere a guiar, acertar o carro e administrar corridas! Acho que isso basta para configurar o quanto o colombiano está distante da realidade de um campeão de F-1!
8. Regulamento: Ficou-me "latente" que trouxe, mesmo que de forma restrita, uma maior competitividade às provas. As variáveis disponíveis são muitas e permitem às equipes grandes manterem-se mais próximas durante as provas através do emprego de diferentes "combinações". Mas, não fosse a mudança relativa à forma de disputa do treino classificatório, em nada teria contribuído para a sobrevivência das equipes "pequenas e médias". Mesmo com relação às grandes, as menores distâncias da McLaren, Williams e Renault em relação à Ferrari me parecem mais fruto de suas "evoluções naturais e obrigatórias" do que do próprio regulamento. Por este motivo empreguei o termo "latente", pois, ser-me-ão necessários mais e melhores subsídios para uma conclusão "efetiva". Seja como for, acredito que a continuar o emprego dos pneus "com estrias" a situação continuará tendendo para uma "definição nos pit-stops". Desde a implantação deste tipo de pneus os pilotos reportam-se a uma excessiva perda de aderência na dianteira quando no vácuo, pois, é inevitável que se perca aderência quando se reduz a pressão aerodinâmica, e, que se torna ainda mais crítica quando da manobra de sair do vácuo para se tentar a ultrapassagem. A decisão sobre o retorno aos pneus "totalmente lisos" é mais política do que técnica, portanto, de difícil previsão. Mas, de que adianta os carros andarem próximos sem condições de ultrapassar? Os circuitos têm, cada vez mais, retas mais curtas. Alguns, de forma mais rigorosa, nem mesmo têm verdadeiras retas. Logo, é mantida a situação majoritária de "manter-se próximo na pista para ganhar a posição nos boxes". Enfim, "falta alguma coisa!"
9. Remissão: Gostaria de remeter os leitores à coluna de Edgar de Mello Filho, situado no IG/Último Segundo. Reputo o colunistas como, ao lado de Cláudio Carsughi, o melhor do país. Entende tudo e guiava muito. Se deixar o "velhinho" sentar num Stock ainda vai dar canseira a muito "babyssauro". Isso se a barriga deixar que amarrem o cinto de segurança... Principalmente a coluna em que comenta o GP Brasil e, principalmente, a desculpa da Ferrari para o "caso" Barrichello é brilhante. Sua abordagem aprofunda aspectos técnicos possíveis somente aos que "entendem tudo" de um carro de corridas. Pena que, devido ao seu "jeito não muito polido de comentar para os padrões da TV brasileira" - que em muito se contradiz quando avaliamos mais detida e responsavelmente alguns programas e seus horários de exibição - ele não seja "convidado" para comentar as principais categorias nacionais e, ainda mais, os eventos internacionais! Louco sim, mas extremamente competente e admirado por muitos!

Mundial de Rallye - Nova Zelândia: Gronholm, avassalador!
A performance de "Magic" Marcus Gronholm na Nova Zelândia justificou o apelido carinhosamente outorgado por seu chefe de equipe, Corrado Provera. O finlandês parece querer esmagar psicologicamente seus adversários. No asfalto, na neve e na terra ele tem andado de forma impressionante. Pena que alguns "acidentes de percurso" o forcem, desde já, a ter correr ainda mais riscos para diminuir a vantagem que a regularidade está proporcionando à Richard Burns. Na Nova Zelândia, mais uma vez, o finlandês abriu uma considerável vantagem e cometeu um erro bobo. Quase colocou tudo a perder. Mas, tem "esmagado psicologicamente" aos adversários, enquanto está na disputa. Na pontuação: Burns 26 x Gronholm 20. Em vitórias em provas: Gronholm 2 x 0 Burns. Em vitórias em especiais: Gronholm 25 x 11 Burns. Em "pódios": Burns 3 x 2 Gronholm.
Logo, fica claro que, após 4 provas disputadas, o regulamento privilegia mais quem marca pontos em mais provas do que quem vence mais provas. Digamos, o regulamento tem mais impacto negativo sobre quem deixar de pontuar em uma prova do que positivo para quem vence. Apenas uma realidade! Porém, é importante que seja assim quando consideramos a necessidade de manter o interesse do público nas provas finais e todos os impactos comerciais de uma competição "esvaziada" antes do seu "derradeiro combate".
Mais números: Michelin em provas: 4 x 0!; Vitórias em especiais: 67 x 7 Pirelli!!; Pódios por equipe: Peugeot 5 x 4 Citroen (tudo em casa!).
Apesar de alguns números serem bastante significativos o campeonato ainda tem muito de emoção a oferecer. A tabela de pontuação coloca 2 pilotos Peugeot contra toda a "equipe" Citroen nas 5 primeiras colocações e separados por "poucos" pontos. Burns, 26; Gronholm, 20; Loeb e McRae,17 e Sainz 16. O negócio está quente e vai ficar assim um bom tempo!
Sebastien Loeb está demonstrando que não está disposto a ser rotulado com apenas um especialista em asfalto. Sua prestação na Nova Zelândia, cujo percurso é impressionantemente veloz, uma delícia, foi fantástica. Andou o tempo todo na frente de seus companheiros de equipe e "especialistas em terra". Veio para se tornar campeão, em breve!
O novo Focus foi outra atração que brilho na Nova Zelândia! Com uma prestação excepcional de Marku Martin já andou na frente de muitos Peugeot e Citroen. Quando Gronholm vacilou e perdeu quase a metade da vantagem acumulada, a ordem da equipe Ford parece ter sido do tipo: vai para cima e esquece o resto! E lá foram os "novatos", piloto e carro, para cima dos "veteranos". Pena que a "usina abriu o bico"! Mas, "de chão" o carro teve uma performance excepcional e que induz a acreditar que "chegou mais um para a disputa do título". Se não deste ano, com certeza do próximo.
Burns é que vai consolidando uma liderança relevante! Naquela de "vir comendo quieto" vai acumulando pontos que podem "libera-lo" para um ataque mais vigoroso do meio para o final da temporada!
A disputa entre os dois pilotos da Peugeot vai se configurando algo do gênero : "a raposa britânica versus a " alguma coisa voadora" finlandesa. Sei lá que "bicho há naquelas gélidas paragens" para produzir tantos campões em rallyes e competições de "pista" como nos últimos anos!! Hakinnen, Makinnen, Raikonnen, e "nnen", e "nnen", e "nnen"...Será que ainda terei o prazer de ver um "da silva", brasileiro, neste campeonato? Se não for " Da Silva", que seja brasileiro. Gente boa é o que não falta! Vale Lemos, Füchter, Tedesco, Bertholdo, Koller, "Pomerode". Não precisa nem começar por A8. Na A6 ou N4 já daria para mostrar do que somos capazes. Não precisa ser um campeonato todo, embora fosse o ideal. A prova do Mundial na Argentina, numa grande equipe, já seria um passo importante e que ajudaria a elevar ainda mais o nível das nossas competições internas.Os "hermanos" mesmo com sua combalida Economia já conseguiram. Deus queira, que em dia próximo nossa "economia" nos permita ao menos começar a caminhada de forma consistente!



Até a próxima!



As opiniões desta coluna são de responsabilidade exclusiva do autor Cacá Rabello


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Cacá Rabello é piloto profissional
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