A
prova da Inglaterra foi daquelas que explicam um dos motivos
pelos quais aquele país é considerado como fundamental
na fase de formação de pilotos de alto nível
do mundo inteiro. Tantas variações entre chuva,
seco e "melado" são comuns lá. De certa
forma, Rubens Barrichello é um dos representantes deste
tipo de escola que demonstra tirar melhor proveito nessas situações.
Mas, dessa vez houve outros fatores fundamentais em seu desempenho.
Aliás, seu, novamente, excelente desempenho. Os pneus
Bridgestone fizeram 8 entre os 10 melhores classificados na
prova. Até Frentzen, a bordo da fraca e decadente Arrows,
pôde fazer "uma graça" em cima da Ralf
Schumacher e sua Williams. Por suas vezes, Williams e McLaren
fizeram provas das quais não vão querer se lembrar
por muito tempo. Além do total desacerto na escolha dos
pneus, a cada instante da prova, ainda tiveram que encarar problemas
de comunicação na hora de chamar seus pilotos
aos boxes e de bombas de abastecimento de combustível.
Uma prova para "esquecer" ou para não esquecer.
Michael Schumacher fez uma prova excepcional. Não só
pelo resultado, mas também pela forma como "atazanou"
a vida de Montoya. Pela câmera "on board" do
carro de Schumacher, durante um certo tempo, foi possível
ver quantas vezes o colombiano "abusou" e errou até
ser ultrapassado de forma inapelável após mais
um erro. Recorde de pódios consecutivos : este é
um ponto crucial na avaliação da carreira de Michael
no momento. Quase uma temporada completa, 15 provas, indo consecutivamente
ao pódio. Beneficiado, até certo ponto, pelo problema
enfrentado por Barrichello na largada está agora a dois
passo de conquistar matematicamente seu merecido pentacampeonato.
Barrichello foi protagonista de um belo espetáculo de
ultrapassagens e ritmo frenético. Algo que raramente
tem sido executado com maestria senão por ele e, talvez,
mais dois pilotos em todo o grid da F-1. Não se pode
dizer que com certeza ele teria vencido se não tivesse
enfrentado o problema na largada mas, "poderia ter sido
diferente". Para Jean Todt e Ross Brawn: "Graças
a Deus não foi". Desta vez, Montoya estava em terceiro...Se
Schumacher estivesse em segundo com Rubens em primeiro eles
seriam colocados à prova...Será que eles mandariam
inverter as posições? Ia ser complicado...Do jeito
que foi, para eles, foi ótimo. A Ferrari dispara e está
em condições de conquistar tudo que há
em disputa e de forma antecipada. Schumacher campeão
"matematicamente", quem sabe na Alemanha, Rubens vice,
e o Mundial de Construtores no bolso. Não há o
que contestar. A Equipe Ferrari, em todos os aspectos, está
sobrando de suas rivais nas provas. Se ainda é possível
à Williams fazer classificações espetaculares,
com seus cada vez mais possantes propulsores BMW, na hora em
que vale ponto...só da Ferrari e Bridgestone.
Quanto aos demais brasileiros há pouco o que dizer. Bernoldi
tem andado muito forte. Mas, o carro não chega. A Arrows
parece ter envidado todos os seus recursos há cerca de
3 provas atrás. Aquele tipo de manobra desesperada para
conseguir um resultado que, na hora em que o caixa estourasse
de vez, permitisse que eles já tivessem um patrocínio
mais forte. Isso não aconteceu e agora não se
sabe qual será o destino da equipe, até mesmo
se chega ao final do ano. Felipe Massa, por sua vez, foi dos
poucos que não tiveram um "estágio"
nas categorias de acesso na Inglaterra e "sofreu"
nesta prova. Muitos erros, tempos distantes dos de seu companheiro
de equipe e muito para "aprender" desta prova. O resultado
final acabou sendo muito bom para sua atuação.
Atuações destacáveis tiveram também:
Kimi Raikonnen: passou com autoridade por Ralf Schumacher; é
regularmente mais rápido que Coulthard (às vésperas
de perder o lugar na equipe) e não fosse o problema com
os pneus e com toda a trapalhada da McLaren no final de semana
poderia estar, merecidamente no pódio;
Frentzen: o alemão é bom de chuva. Pena que a
Arrows, nem mesmo no molhado, termine as provas;
A BAR: parece que já começa a sentir o efeito
positivo da chegada de Davi Richards à equipe. Demora
um pouco até tudo se ajeitar. Mas, a exemplo de Jean
Todt, Richards é oriundo do mundial de rallyes de velocidade.
Ambos sabem muito sobre o que e quando fazer. O fato de ter
ambos os carros marcando pontos numa mesma prova deve desanuviar
um pouco as coisas e permitir sonhar com alguma evolução
ainda mais sensível até o final da temporada.
Afinal, até a Minardi tinha pontos no campeonato enquanto
a BAR estava a zero.
Heidfeld, este alemão é raçudo e muito
bom mesmo. Mais maduro, já não se intimida pelo
currículo de alguns competidores mais experientes. Se
a F-1 lhe permitir a merecida ascensão a uma equipe maior,
ou se a Sauber conseguir evoluir, poderá assumir a posição
que hoje pertence a Ralf Schumacher no que se refere à
sucessão de Michael como ídolo do automobilismo
alemão;
Importante, também, é que as especulações
sobre Cristiano da Matta na Toyota e Hélio Castro Neves
na Mclaren se tornam cada vez mais fortes. Particularmente,
acredito que Cristiano possa ir para a Toyota. Mas, a equipe
já está com dois pilotos de testes. Um deles,
o francês Stephane Sarrazin, já foi piloto da Prost
e, assim, acredito que alguém tenha que sair para o outro
entrar. Mais, acredito que boa parte da especulação
esteja ligada à "trabalho de agente". Ou seja,
alguma coisa plantada após o teste que Da Matta fez pela
equipe. Pois, os tempos obtidos nos testes, mesmo consideradas
as condições, não podem ser considerados
empolgantes. Para atingir um excelente nível na F-1,
oriundo da CART, leva algum tempo. O próprio Montoya,
que já tinha sido piloto de testes da Williams antes
da CART, teve que fazer muita quilometragem na pré-temporada
e, ainda hoje, na segunda temporada, ainda não atingiu
a constância desejada nas provas. Mas considerando o desempenho
dos dois pilotos atuais da Toyota poderão surgir duas
vagas no final da temporada. O carro é bem nascido, porém,
os dois pilotos não estão ajudando a "levar
para frente". No caso de Hélio considero as coisas
mais complicadas. Até Gil de Ferran seria um nome mais
lógico para ocupar a vaga de Coulthard mas não
acredito que Roger Penske abra mão de Gil. Mas, também,
não vejo como Roger Penske abriria mão do "bicampeão
das 500 Milhas de Indianápolis e líder da IRL".
Para quaisquer deles há questões comerciais complexas
a serem resolvidas antes que se possa dizer que vão para
aqui ou acolá.
Agora é esperar para ver quando Michael se torna campeão
efetivamente e começar a pensar na próxima temporada.
Antes porém, a temporada ainda assistirá a Rubens
Barrichello vencer outras provas e, se Deus quiser, chegar ao
merecido vice-campeonato.
Barrichello está na melhor forma de toda sua carreira.
Mais, do que o lado técnico pura e simplesmente, ratifico
que a mudança de atitude é que o está "liberando"
para acelerar tudo o que pode. No Sábado, quando chegaram
ao parque fechado junto com Montoya, apesar de ter perdido a
pole, sua atitude era tão descontraída que pensei
comigo que ele já era o vencedor da prova de Domingo...Mas,
"carreras son carreras"...Mas, ele está forte
internamente e isso é fundamental para bons desempenhos
sucessivos.
O
filho do Seu Toninho está demais!
Cristiano da Matta igualou o recorde de vitórias consecutivas
em vigor na CART com 4. Além disso, venceu a quinta em
oito provas disputadas até agora e abriu 48 pontos de
vantagem para Bruno Junqueira o segundo na tabela de classificação.
Pena que Bruno ainda não tenha a constância devida
para que possamos considerar como iminente uma "dobradinha"
brasileira neste campeonato. Dessa vez não teve culpa
no acidente que o tirou da prova. O "novato do ano"
até o momento, Towsend Bell, passou e de muito o ponto
de freada e deu no meio do carro de Bruno...Por pouco, Bruno
não deu no meio do capacete do adversário...Só
para descontrair: No meio do Bell do Bell que ia ficar ouvindo
um "Bell" na cabeça por algum merecido tempo.
Está configurado que Da Matta, salvo os imprevistos de
corrida, está numa fase excepcional e um degrau acima
de seus adversários.
A exemplo das trapalhadas da F-1, o time que atende a Christian
Fittipaldi, da mesma equipe de Da Matta, pisou na bola comprometendo
toda a prova. O visual "moicano" de Christian está
de "arrepiar"...ô coisinha ridícula!
O Junqueira "careca" também...Pega leva moçada!
Tony Kanaan segue sua via crucis de quebras...
Mas, o que mais chama a atenção é a aparente
impotência para reagir dos organizadores da categoria.
Realmente o "marketing" da categoria foi comprometido
nos últimos anos e pode decretar a "falência"
da categoria em mais dois anos. A situação é
visível. Só 18 carros largando. Permitindo que
pilotos de baixo nível técnico tenham lugares
assegurados no grid. Carros de equipes tradicionais repletos
de espaços de patrocínio em branco...Só
há dois pilotos disputando o "Novato do Ano".
Quem está chegando está marcando pontos...Vai
mal a CART!
Daré
vitória merecida!
O nome de Airton Daré pode não ser muito popular
ainda. Mas, o nosso ex-campeão mundial de Jet Ski Free
Style também mostrou que era bom de volante desde o início.
Sua ascensão foi rápida e merecida. Infelizmente
foi traído em sua boa fé com o dono de sua ex-equipe
e aquilo foi realmente algo que o afetou. Mas, como todo grande
desportista, Daré manteve a fé em seu trabalho
e agora chega á primeira de suas vitórias na IRL.
Competente ele é. Agora é ir juntando os outros
fatores que levam ao sucesso absoluto que é conquistar
o título ou, nesta categoria, as 500 Milhas de Indianápolis.
Só
nós na contra-mão ?
Acabo de ter contato com a notícia de que a FIA decidiu
que os WRC (World Rallye Cars), conhecidos também por
A8, estão com seus dias contados. Isto já foi
decidido em reunião do Conselho Mundial no final do mês
passado! A notícia foi publicada hoje, dia 11, às
17:45 em um site internacional. Daí, a necessidade de
colocarmos nova coluna tão rapidamente na "telinha".
O que não está, ainda, decidido é se esses
carros serão substituídos por uma versão
tipo grupo N, no caso N4(2.0-turbo 4 x 4), ou se serão
utilizados os carros do tipo Super 1600 (1.6 com tração
4 x 2) como na versão atual.
No primeiro caso, alguns especialistas indicam que o Mitsubishi
Lancer será a primeira opção de muitos
pilotos.
No segundo, algo deverá ser feito em relação
à N4, quase monopólio da Mitsu, e que não
agrada tanto a FIA. Daí a Super, no modo de ver da FIA,
possa se converter na forma ideal de envolver outros fabricantes.
A síntese dessa estória é uma só:
Custos x Retorno!
Só para se ter uma idéia: o representante da Ford
declarou (em matéria sobre o assunto neste site) que
eles sofrerão forte impacto na verba da equipe oficial,
pois parte dela provém da venda de carros,peças
e serviços de manutenção a equipes particulares
sendo que, neste ano, isso representa uma verba muito próxima
dos 5 milhões de Euros. Não é preciso dizer
a quantas andam as contas das equipes. Só o salário
do atual campeão mundial supera os U$10 milhões.
O mérito, dentro da atual realidade é incontestável.
Assim como ninguém discute o mérito do Michael
Schumacher ganhar 25 quando o Irvine ganha 3... Neste caso,
entendo até que o Michael devia receber um justo aumento...
Mas, o retorno, principalmente de vendas, continua o mesmo ou
não cresce na mesma proporção dos custos
nos últimos anos. Aquela velha conversa de progressão
geométrica x progressão aritmética.
O Mundial de Rallye não tem o menor problema com falta
de público, pelo contrário, sofre pelo excesso
de público sendo obrigado a cancelar "especiais"
em algumas provas; não tem problema de espaço
na mídia, pelo contrário, há centenas de
veículos cobrindo de forma regular todo o campeonato
e, na maioria dos países por onde passa desperta muito
mais interesse, representado por público presente e indireto
(Tv), que a própria F-1. Então: qual seria o problema?
São problemas!!
Sem considerar uma "ordem de importância", vamos
a alguns mais sensíveis:
- Crise mundial: não há como negar sua
existência e, portanto, é melhor se preparar para
não chegar a um ponto do qual não haja saída
e o impacto seja de fechar equipes. No caso da F-1 isto já
está acontecendo! No rallye, pela possibilidade de fornecer
carros idênticos, manutenção e peças,
diluindo o investimento no projeto, por mais equipes ou carros,
isto ainda não acontece de forma tão acentuada
e rápida. Além do que, a própria "cultura
do rallye" absorve melhor a idéia de que determinadas
equipes "não oficiais de fábrica" não
participem dos eventos mais distantes de suas sedes e se dediquem
aos seus campeonatos nacionais, continentais ou regionais...
Mais: nas categorias de acesso há divisão dos
eventos. Enquanto os carros da A8 percorrem suas 14 ou mais
provas anuais, os N4 e Super 1600 cumprem a metade em eventos
separados. E olha que já é duro encontrar aqueles
que tenham condições de cumprir todos sete. Mais:
ainda estamos longe da data limite para o impedimento definitivo
da exposição das marcas de cigarro, 2006, mas
o impacto já se faz sentir. Para quem não tomou
ciência da notícia, divulgada discretamente, o
pessoal da F-1 já vem trabalhando para obter os novos
patrocínios, para 2007!! Os três únicos
segmentos de mercado identificados, até então,
como capazes de absorver os custos atuais ou discretamente reduzidos
foram: os conglomerados que englobam as montadoras de carros
(que já estão lá em pequena escala); os
conglomerados de telecomunicações (estes estão
aumentando suas participações, porém, questões
tais como a da Worldcom, colocam a verdadeira capacidade do
mercado sob suspeição),e, as grandes empresas
ligadas à Informática (estas além da própria
tecnologia embarcada nos carros têm outras fortes ligações
com os atributos das competições) que também
estão aumentando suas participações, porém,
há poucos conglomerados capazes de absorver tais custos.
Notem que o termo usado foi conglomerado...não por mim,mas
pelos responsáveis pelo trabalho...Portanto, se todo
restante da Economia Mundial não é capaz de absorver
os custos de uma categoria esportiva, só se pode deduzir
que é o rumo da categoria que está em desacordo
com todo o resto...Bem, se formos discutir este assunto com
alguns pilotos de rallye do nosso rico Campeonato Brasileiro
de Velocidade e outros "sábios" de outras "categorias
top" (participantes, organizadores e dirigentes) ainda
são capazes de dizer que não é bem assim...que
o negócio por aqui é diferente... e que o negócio
é botar os A8 para rodar...trazer um sistema de telemetria
de quase R$ 1 milhão, etc...Das duas uma: ou alguém
está brincando quando nos coloca como a 11ª economia
do mundo, pois o que deveria estar escrito era 1ª ou primeiríssima;
ou estamos na contra-mão. Para que o pessoal do rallye
não fique "isolado" podemos dizer que o tal
"surto megalomaníaco" contamina também
outras categorias que falam em orçamentos acima do meio
milhão de reais para fazer manutenção de
um carro por ano...sistemas de telemetria que custam o dobro
disso...etc...Para complementar, basta confrontar a CART e a
IRL e elas com a NASCAR, todas naquele país pobre das
Américas...Não serve?! OK! Olhem para o sucesso
da Copa DTM ( Corsa e Pick-up) e Copa Renault...comparem com
a Stock Light..como quiserem, se forem, de um mínimo,
sãos, chegarão às mesmas conclusões.
- Retorno em vendas: é cada vez mais difícil conciliar
a imagem de veículos de altíssima tecnologia e
custos estratosféricos com a realidade de um volume de
consumidores capazes de absorver os custos dos benefícios
proporcionados...sem complicar...cada vez tem menos gente em
condições de pagar tanto para ter um "carro
obsoleto" em tão curto espaço de tempo. Logo,
não dá para vender tanto a ponto de depreciar
o investimento feito pelo fabricante...não dá
para investir tanto num carro que ano que vem já se tornou
obsoleto...Ou seja: a realidade sobre a desigualdade na distribuição
de renda das nações tem impacto direto no volume
de pessoas com poder de compra para tais carros...Daí,
é lógico que os veículos têm que
ter preços acessíveis a um segmento maior de compradores...e
para isso acontecer o preço tem que ser menor, pois a
perda de poder aquisitivo e/ou as restrições ou
receios dos consumidores em comprar veículos são
obstáculos reais e cada vez mais difíceis de serem
desbordados...O sujeito não sabe se vai ter emprego amanhã,
logo, ele pensa muito antes de trocar de carro todos os anos...quanto
mais se o carro dele, ano que vem, já não vale
o suficiente para que ele mantenha o financiamento nas mesmas
proporções de sua renda....Ou seja, o público
alvo para veículos de alta tecnologia e custo é
tão reduzido que não justifica tamanho investimento
em competições...O segmento intermediário
sim...Para simplificar: as montadoras estão investindo
em carros 1.0 (aqui) e 1.6 com "requintes" de conforto
e tecnologia...Carro mil com turbo ou blower para quem gosta
de desempenho ou não se sente satisfeito com um carro
mil normal...que não anda...Câmbio tiptronic, sistemas
que dispensam o uso da embreagem, sem que o carro se torne um
"lento hidramático"...e assim por diante...Daí,
que por aqui temos mais alguma coisa na contra-mão dentro
de determinadas categorias, incluindo o rallye de velocidade
- Retorno de mídia: O tempo de exposição
cresce no esporte. No entanto, o crescimento é devido,
em sua maioria ao surgimento, de novos canais por assinatura.
Estes, por definição, não são veículos
de massa. Para se manterem, são obrigados a operar cada
vez mais numa faixa mais popular de preço. Assim, fica
no limbo. Nem é composto por uma exclusiva faixa de pessoas
de altíssimo poder de compra...nem por um volume de pessoas
que possa faze-lo ser considerado "de massa". Mais:
qualquer medida que tente implementar um sistema "pagar
para ver" que recaia sobre o "assinante" é
temerária. Daí a grande briga dos construtores
com o Sr. Ecclestone. Este, via FAO, tem um contrato que delega
a ele o "direito de transmissão da F-1 por 100 anos".
Sem metáfora...100 anos mesmo...E ele já passou
para os filhos...e para um grupo alemão...Ou seja, o
canal de comunicação até pode ser "por
assinatura" mas "grátis"...O ideal continua
sendo canal de sinal aberto...para o grande público.
Mas, mesmo assim, há uma tendência de que "nos
países mais ricos ou desenvolvidos o taxa de crescimento
populacional por ano é muito pequena; nos países
mais pobres, essa taxa é maior". Logo, é
fácil concluir que o possível crescimento, em
volume, de espectadores com poder de compra para tais produtos,
não acompanha a escalada de custos das competições
como atualmente propostas. No caso brasileiro há outros
agravantes, tais como: as incertezas, reais e especulativas,
bem ou mal-intencionadas, ligadas ao processo de sucessão
nos poderes Federal e Estadual a cada dois anos; nossa volatilidade
latina mal dirigida dentre tantas.
- A parte de cada um: não é justo afirmar
que a situação atual é reflexo de uma fracasso
do modelo proposto pelo esporte. Pelo contrário, há
pelo menos duas décadas, a F-1 e todo o esporte, a motor
ou não, mundial conheceu uma fase de grande riqueza e
de lucros. As equipes ou times atingiram níveis fantásticos
de desenvolvimento em todos os níveis. Profissionais
de Engenharia, de Design, de Marketing, de RP, de Condicionamento
Físico, etc, foram absorvidos no contexto do mundo da
competição a motor, a vela, a pé, etc...
Empresas expandiram-se além de suas fronteiras graças
ao poder de penetração globalizado destes esportes.
Mesmo esportes olímpicos, ditos até então
amadores, hoje já não podem ser vistos como românticos
e sim, como "profissionais". Da sapatilha à
alimentação, tudo é especializado, especial
e se torna obsoleto rapidamente. Mas, também terá
que se adequar. Ou seja, a Economia Mundial, não importa
qual a corrente de pensamento, não admite que se prossiga
desta forma. Aquela estória de ter que mudar enquanto
é tempo é a que mais se aplica. Houve momentos
de grande crescimento, outros de grande euforia e agora já
espocam alguns de grande apreensão. Aquele "milagre
brasileiro" tão contestado por uns e defendido por
outros se repetiu em versões que envolveram os "tigres
asiáticos" e o Japão...Agora nos poderosos
Estados Unidos se sucedem os escândalos ligados à
fraudes em balanços...Em resumo, se pode questionar até
onde vai a riqueza e onde começa a "pose"...Mas,
como parte mais "sensível" no negócio,
ou com maior necessidade de "agradar ao cliente",
patrocinador, caberá ao esporte responder à demanda
por adequação a uma nova realidade. A velocidade
de resposta, além da criatividade, para gerar belos espetáculos
a custos mais reduzidos será literalmente de "importância
vital".
No
caso do esporte nacional, a motor ou não, a manutenção
da espiral de custos poderá se transformar da atual contra-mão
às cegas em profundo desastre...
Tipo: uma batida de Fusquinha contra uma carreta de 18 toneladas
a cem por hora...Afinal, a parte,dita, desenvolvida e rica do
mundo está seguindo em direção oposta a
nossa...A não ser é claro, ratifico, que haja
algum erro na nossa colocação no panorama econômico
mundial...e não avisaram a ninguém!? Mais: cadê
minha parte da riqueza?
Do contrário, perguntem ao Eduardo Homem de Mello e ao
Pedro Paulo Diniz um dos ingredientes do sucesso dos eventos
que comandam. Apesar de suas realidades pessoais, como responsáveis
pelos eventos eles têm profunda preocupação
com a manutenção de custo baixo como alicerce
para a competitividade. Pois, sabem que para que haja competição,
as vezes, não precisa mais do que um, mas, o normal é
dois....Para competitividade e espetáculo é preciso
bem mais...
Até a próxima!
As
opiniões desta coluna são de responsabilidade exclusiva
do autor
Cacá Rabello