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Os Sete Pecados Capitais... e óbvios!
Se
confirmada a ainda extra-oficial retirada da equipe oficial
de fábrica da Mitsubishi do Campeonato Brasileiro de
Rallye de Velocidade nesta fase, quase no meio, do Campeonato
diversos teremos a confirmação de um quadro que
se delineia mais ou menos assim:
Dos Pecados
- A
Equipe é atualmente a campeã da categoria N4
e está liderando o certame. Sua saída representa
uma demonstração clara da falta de espírito
competitivo de seus dirigentes, pois se fosse somente um problema
financeiro isso já poderia ter sido decidido antes
do início do campeonato e teria sido, no mínimo,
mais polido.
- Guilherme
Spinelli vem fazendo provas quase perfeitas e frustrar sua
caminhada na disputa do título, mesmo considerando
a árdua disputa a travar com seu companheiro de equipe
Ulysses Bertholdo e o adversário da Subaru Édio
Füchter, é algo que atinge não só
a carreira deste profissional como também aos cariocas
que têm em Spinelli o seu representante com maiores
chances e status como piloto oficial de fábrica.
- A
exemplo da Ferrari, a Mitsubishi do Brasil parece desconsiderar
também que há um lado esportivo e que sua decisão
também pode afetar os rumos de toda a categoria no
que tange a sua credibilidade como opção de
investimento em Marketing Esportivo junto aos patrocinadores
e competidores potenciais.
-
O fato de obter melhores resultados comerciais em seus investimentos
nas pick ups de off-road não justifica tal comportamento
diante daqueles que investiram como particulares no rallye
e Velocidade comprando os EVOs da própria equipe oficial
e de particulares e que sabem que terão que recorrer
aos "hermanos" para satisfazer a tempo às
necessidades de ressuprimento. Pois, se com uma equipe oficial
de fábrica o tempo para atender aos pedidos dos particulares
já era grande, diante desta situação,
caso confirmada, deverá surtir um "abandono"
destes particulares. Até mesmo por que a tendência
é que estes tenham pedidos "fragmentados",
"desordenados" e de "pequena quantidade"
que não justifiquem maiores esforços da importadora
que se comporta desta forma com sua equipe oficial.
-
A "memória curta" poderá ser o único
instrumento através do qual a Mitsubishi do Brasil
possa reverter o impacto negativo em sua própria imagem
dentro do Rallye e Velocidade e até da insegurança
gerada junto aos seus clientes de off road que a exemplo dos
de Velocidade, podem ver a saída da fábrica
em meio a um campeonato, quanto mais de um ano para o outro.
-
A falta de integração entre Planejamento de
Objetivos de Marketing e Ações de Marketing
Esportivo fica clara e não pode ser atribuída
a qualquer outra equipe senão a responsável
pelo Marketing da própria fábrica. Pois, dentro
da ótica de um "Departamento de Competições",
antes mesmo de ser dirigido pelo Sr. Wilson Fittipaldi, os
resultados nas competições eram favoráveis.
Ou seja, o que tinha que ser feito dentro da prova o foi.
Se, faltou algo para que se explorasse melhor estes resultados
para conversão em resultados expressivos de venda dos
veículos que não são pick ups a falha
está além das portas do "Departamento de
Competições". Basta olhar para o cada vez
mais destacado desempenho da SEAT neste aspecto que há,
pelo menos 3 anos, deveria estar "fazendo escola"
para as demais marcas que investem oficialmente ou não
na categoria. Se, este exemplo ferir a vaidade de alguns por
tratar-se de um concorrente do mesmo segmento de mercado,
podemos nos valer de outros. Por exemplo: o das companhias
aéreas que preferem optar por operar uma linha com
prejuízo temporário, enquanto buscam atrativos
para obter clientes, ao invés de ter que investir uma
enormidade de recursos para recuperar sua imagem junto aos
usuários desta mesma linha e de outras.
- A
falta de visão dos organizadores e promotores para
impedir que os custos atingissem, de forma "prematura",
níveis estratosféricos que impedem quaisquer
relações custo - benefício de atingir
os níveis que os "adeptos da Lei de Gérson
de algumas montadoras" almejam, ao mesmo tempo em que
permitem que o evento se torne "refém" do
apoio deles.
Do
óbvio
Refiro-me ao óbvio como os diversos aspectos que foram
amplamente discutidos durante reuniões no ano passado,
no meio da temporada, e que por diversas razões deixaram
de ser aplicados bem como àqueles que sugiro como soluções
parciais ou totais para a correção do rumo do
esporte. De certa forma, podemos dizer até que, em alguns
casos, "o feitiço virou contra o feiticeiro e atingiu
a todos, culpados e inocentes". MAS, O QUE IMPORTA É
ADOTAR NO MENOR TEMPO POSSÍVEL AS MEDIDAS CORRETIVAS
PARA O BEM EFETIVO, REAL E COMUM DO ESPORTE.
-
A situação da divulgação de uma
Classificação Geral em detrimento da divulgação
exclusiva de resultados por categoria fere a base mercadológica
do rallye de velocidade, qual seja, a de formar nichos de
disputa de veículos de diferentes classes e grupos
dentro do mesmo evento sem detrimento de quaisquer um deles.
Basta lembrar que a categoria N2, antes do "surto de
megalomania" que tomou de assalto o rallye de velocidade
ainda no meio da temporada passada, foi a mais competitiva
em número de veículos e em resultados, com 3
marcas distintas obtendo vitórias e maior número
ainda de pilotos. Isso sem contar as especiais vencidas, isoladamente,
em cada prova. Somente a N4 pôde inferir, na acirrada
disputa de 2 ou 3 de seus concorrentes, em menor número
que os da N2, à época, algo parecido. Embora,
a disparidade entre os "4 carros de fábrica"
e os demais fosse algo abissal. Assim, caso continue a insistir
nesta formatação, os organizadores, que como
eu já havia escrito anteriormente, já conseguiram
que "o Vôo atrasasse", estarão decretando
o "impedimento temporário", pelo menos por
mais uma década, que a "decolagem" aconteça;
- As
categorias que empregam veículos mais "identificados"
com aqueles ao alcance da grande maioria dos consumidores
finais são "por natureza" aquelas que permitirão
às montadoras e importadoras obter melhor retorno ou
contribuição marginal sobre vendas espontaneamente,
ou seja, deixando de lado as demais ações publicitárias.
Os "arroubos de megalomania tecnológica"
somente se prestam à satisfação da vaidade
de alguns. Basta parar e olhar o "estacionamento"
nas especiais, no "time trial" cuja distorção,
a título de "status", está convencionando
chamar de "super prime" e nos Parques de Apoio.
Quantos carros semelhantes aos da categoria N4 podem ser contados
nestes locais? Quantos "semelhantes" aos das categorias
A7/N3? A6/N2? A5/N1? Isso fala por si só quanto ao
público alvo a ser trabalhado com maior esmero!
- A
limitação proporcional dos itens não
originais a serem permitidos é um caminho lógico
para a redução dos custos e o que inicialmente
permitirá o melhor resultado. Ou seja, a título
de exemplo: as categorias N1, N2 e N3 utilizariam obrigatoriamente
pneus radiais de série, limitados a no máximo
6 "selados" por prova, sendo permitido "selar"
novamente até 2 da prova anterior. Só isso significa
que se pode comprar 4 pneus de série, no mínimo,
pelo preço de 1 especial para rallyes. Além
de permitir maior liberdade de escolha e menor fragilidade
às questões de variação cambial
e de importação; às categorias A6, A7
e N4 seria permitido "selar" até 8 "novos"
e 2 "usados" isto por carro. Isto é, no "lacre"
ou "selo" teria que constar o número do carro,
pois, há equipes com mais de um carro ou que podem
"trabalhar em conjunto" em detrimento daqueles que
trabalham sozinhos; os amortecedores das categorias N1, N2
e N3 teriam que ser nacionais e "originais retrabalhados".
Apesar da discussão sobre a possível "economia
na manutenção", não há dúvidas
sobre as vantagens de acessibilidade e custo inicial. Isto
sem falar no controle de um mapeamento eletrônico nas
N1, 2 e 3 que demandariam outras medidas para sua implementação
e controle ainda acima da capacidade técnica e tecnológica
de atendimento por parte do "comissariado" de nossas
provas.
- Calendário
antecipado, no meio da atual temporada divulgar, com mínima
chance de erro, ou seja, com alguma credibilidade, o das próximas
duas temporadas, permitindo um "remanejamento",
em conseqüência da primazia do sul-americano em
até 15 dias pra lá ou pra cá. Melhor
ainda, realizado totalmente fora da atual temporada. Quero
dizer que, durante 12 meses são realizados 6 ou 7 eventos
que, no formato atual, pressionam o caixa das equipes menores
e particulares em determinados momentos decisivos e que ficam
"ociosos" durante maior parte do tempo. Ratifico
que o Campeonato Brasileiro precisa "buscar" espaço
na mídia e que esta se encontra mais "disponível"
fora das temporadas da F-1 e Indy. Ou seja, de Novembro a
Março, poderiam ocorrer, no mínimo, 4 eventos,
descontados "Carnaval", "Ano Novo", "Natal"
e demais feriados, sem a concorrência direta das categorias
maiores. Basta ver que o próprio Campeonato Mundial
aproveita parte deste "espaço" no início
da temporada. Até para a Televisão seria melhor,
pois há espaço até para que, atualmente,
se encaixe "reprises" de eventos da temporada anterior
de outras categorias. È um questão de "criar"
uma nova cultura mais saudável para o esporte e cujas
vantagens de retorno permitiriam "uma rápida adaptação
dos patrocinadores efetivos e potenciais". O "intervalo"
seria aproveitado pelos regionais e, para os mais privilegiados,
o sul-americano sem maiores preocupações. Ou
seja, seria possível atender satisfatoriamente a "gregos
e troianos". Vou até mais fundo...O Brasileiro
poderia se tornar um atrativo a mais para cidades "de
temporada" e para aquelas que "necessitam"
de eventos em " temporadas". Isto poderia até
permitir que despesas de transporte e de hotéis fossem
"aliviadas"....È questão de trabalhar
com os argumentos mais apropriados e com planejamento. Os
regionais e o sul-americano também acabariam "agradecidos"
assim como aquelas empresas interessadas em disputar o maior
número de eventos sem descontinuidade...Dentre outras
coisas, diluindo seu custo fixo numa relação
unitária melhor, por prova disputada.
- "Reformatar"
o próprio evento de forma a permitir que não
ocorram tamanhos intervalos entre a passagem dos carros para
o público. Isto é, fazer-se a prova de forma
a que haja o mínimo intervalo entre a passagem do último
carro numa especial e o primeiro da "repassagem".
Para isto, seria necessário diminuir as diferentes
especiais a serem disputadas num mesmo dia, repetindo-as até
3 vezes e no dia seguinte repetir a dose em outras especiais
totalmente diferentes. Além da vantagem de não
se perder público por este "tempo ocioso"
e dificuldade de deslocamento, há outras questões
relativas ao relacionamento com o público local e o
respeito ao direito de ir e vir destes cidadãos que
moram ao longo do percurso das provas. Esta questão
última foi muito bem levantada pela "Lenda"
Paulo Lemos durante o ano passado e se faz necessária.
Outros aperfeiçoamentos, como o estabelecimento de
"bolsões" de público com informações
atualizadas em painéis com as colocações
dos carros e demais medidas interativas ficam para o momento
seguinte, quando não forem só um devaneio ou
"surto megalomaníaco".
- O
fortalecimento na mídia do "Campeonato por Equipes",
como está proposto, independente de marca ou categoria,
a fim de se atingir o também proposto objetivo de,
através da união dos recursos dos menos abastados,
viabilizar a divulgação de patrocinadores comuns
a tais carros e uma "economia de escala" dos recursos
dos competidores.
- Permitir
a disputa das "copas monomarcas" dentro do campeonato,
desde que isto signifique benefícios e "comprometimento"
de curto, médio e longo prazos e, não somente,
a "concessão a título de esmola" de
"subsídios" na hora de comprar o carro. Esta
receita, muitos de nós já conhecemos e somente
atende aos "adeptos incondicionais da Lei de Gérson"
que existem em todos os lados envolvidos.
- Impedir
que o erro se aprofunde através da permissão
para os carros da categoria A8 com menos do que 3 carros e
principalmente, com a atual Classificação Geral,
impedir que ela seja disputada independente do número
de carros que se façam aparecer.
- Retomar
a premiação por etapa junto à mídia
e não está que soma resultados de duas provas
no mesmo final de semana e que, no fundo, "privilegia
os privilegiados" na hora de "partilhar" (
sonho meu..sonho meu...) os espaços de mídia
entre as diferentes categorias.
Sendo
assim, espero que depois de ter anunciado a "reprise"
de "Big-Quero ser Grande", estar na expectativa de
assistir à "7-Os Sete Pecados Capitais" conseguir
contribuir para que não tenhamos que assistir também
à "Casa do Espanto, parte 9734" ou "Sexta-feira
13, parte 25678...".
Para que não me rotulem apenas como crítico, mais
uma vez apresento sugestões construtivas.
Tomara que tudo não passe de boato na Mitsubishi e que
mesmo assim as medidas de correção de rumo sejam
levadas a sério...Para evitarmos mais um "Titanic"...
Só
coisa boa!?
O que está guiando o filho do seu Toninho!!!
O mineirinho Cristiano da Matta está guiando com uma
categoria de fazer inveja a muito veterano.Principalmente nos
circuitos mais difíceis. As duas últimas provas
da CART foram um "show particular". Na câmera
"on board" então é sensacional. Potência
no momento exato. Freada perfeita. Contorno rápido sem
correções. Uma constância herdada do Seu
Toninho e que não toma conhecimento da pressão
de quem vem atrás. Parabéns a Cristiano e Toninho
da Matta.
Mas, em Portland, Bruno Junqueira também teve uma atuação
próxima da perfeição. Pena que ainda não
tenha adquirido a robusteza mental,psicológica e emocional
da qual Cristiano tem tirado grande proveito sobre seus adversários.
Pena, também, que as medidas de correção
dos erros cometidos nas últimas temporadas, diretamente
ligados a custos e relacionamento com público e fornecedores,
ainda não tenham surtido o efeito esperado. Em Portland,
a categoria largou com somente 18 carros. Há algumas
temporadas, nada menos do que 33 carros disputavam os locais
disponíveis no grid. Enquanto isso a IRL vai de vento
em popa.
Quando
olho estes dois assuntos de uma mesma coluna mais uma vez me
lembro do "mestre" Nizan Guanaes..."è
difícil convencer uma pessoa que está ganhando
hoje que, se ela continuar fazendo as coisas do mesmo jeito,
ela poderá perder amanhã ou, no máximo,
depois de amanhã"..."Contra fatos não
existem argumentos!"
Mas dá uma tremenda satisfação de ver
Cristiano e Bruno nas duas primeiras colocações
no campeonato!
Até a próxima!
As
opiniões desta coluna são de responsabilidade exclusiva
do autor
Cacá Rabello
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