Tradicionalmente
o desenvolvimento de atividades econômicas está associado à destruição
de florestas e outros ecossistemas.
Esta
postura, que é o padrão tradicional de comportamento sócio-econômico
em relação ao patrimônio natural, começa a mudar.
Existem atividades econômicas que dependem diretamente da preservação
de locais onde a natureza nativa não foi alterada pelos colonizadores.
Petrópolis é um local que passa por este conflito; por ser uma cidade
encravada em montanhas cobertas por florestas.
Qualquer expansão física da civilização passa pela ocupação de área
coberta por floresta. São diariamente pequenos cortes que quando
vistos em conjunto reduzem significativamente a área da floresta
a cada ano.
A situação atual é que atividades como o ecoturismo e a agricultura
orgânica ganham força na região e levantam uma boa questão: Preservar
para ganhar a longo prazo ou continuar com o modelo de desenvolvimento
ECO-CATASTRÓFICO que é aplicado.
O Potencial turístico da cidade que é calcado na história brasileira
ganha um grande adicional pôr causa da mata atlântica:
1- As florestas são responsáveis pelo clima agradável da região;
2- O ecoturismo, atividades de lazer em contato direto com a natureza,
trekking, rappel, mountain bike, etc...atraem milhares de pessoas
por ano;
3- Este potencial turístico da cidade pode ser aumentado em locais
como a Serra da Estrela, aonde existem as ruínas da 1ª. Estrada
de ferro do Brasil em meio a uma floresta de Mata Atlântica primária
ou, com o reflorestamento de áreas que foram degradadas e hoje são
morros cobertos de capim. O grande exemplo de que é possível reflorestar
a Mata Atlântica é a floresta da Tijuca.
Outra grande contribuição econômica da floresta é em relação às
áreas de agricultura em redor das unidades de preservação. É possível
cultivar sem agrotóxicos já que na floresta se encontram os inimigos
naturais das pragas, minimizando as perdas, e como o valor de mercado
dos produtos orgânicos é maior; eis aí uma excelente atividade de
longo prazo que só traz benefícios.
Das muitas considerações que podem ser feitas em defesa da floresta
petropolitana, uma é bem convincente - ÁGUA.
Água limpa é produzida pelas matas, ou seja, cada árvore cortada
e não replantada, significa no futuro menos água na torneira.
Marcos Werneck
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